Era uma vez um monte de poetas que não conseguiam publicar seus livros por não serem aceitos pelo mercado editorial. Era uma vez porra nenhuma. Desde sei lá quando – se pá desde sempre mesmo - o mercado editorial no Brasil (será que é só aqui?) não valoriza os poetas nacionais.
Dê uma voltinha por qualquer livraria. Você vê um monte de novas edições e coletâneas de Drummond (adoro, óbvio), mas e os poetas novos? Não temos poetas novos? Claro que temos. Mas é que dizem as más línguas e as más vontades que poesia não vende. Então, pra que investir, não é mesmo? Só de vez em quando, pra não pegar mal. Pra dar um ar de ‘sei ser cool’ à editora.
Que seja. Pouco importa. Somos filhos dos poetas marginais, que lançavam seus livros a partir de cópias feitas, literalmente, em mimeógrafos e máquinas de Xerox. O Chacal, essa figura aí da foto, fez mil exemplares de uma obra de 34 páginas usando apenas um mimeógrafo! Fodão, falaí! Essas cópias eram vendidas pelos próprios poetas, em envelopes, ou até mesmo outros suportes artesanais.
Assim, eles tinham seus trabalhos circulando por aí, entre o público que variava entre os igualmente poetas ou frequentadores de shows, cinemas ou bares da moda. Ou seja, entre a tchurminha descolada dos anos 70.
Poetas marginais da era do mimeógrafo:
Paulo Leminski (ouuun *-* meu preferido!)
E como filho de peixe peixinho é, também encontramos um jeito de fazer valer nossa marginalidade no século XXI. Como? Blogando, oras. Claro que é diferente, porque hoje em dia todo mundo quer escrever, todo mundo acha que escreve, todo mundo quer ser poeta.
Os poetas marginais da era do mimeógrafo precisavam de ATITUDE para tornar seus poemas conhecidos. Os poetas da era digital só precisam de uma conexão e de algum conhecimento de internet. Separar o joio do trigo tá foda, mas com suor a gente consegue. As redes sociais estão aí para ajudar a gente com isso.
Eu conheço alguns bons poetas marginais da era digital graças ao Orkut e também ao Twitter, fora os que conheci na raça, procurando no Google, ou os que eu já conhecia pessoalmente. E vou compartilhar algumas dessas preciosidades marginais com vocês.
Poetas marginais da era digital:
Valéria Tarelho (ounnn, *-* minha preferida! rs)
Lau Siqueira
Aleph Davis
Mario Pirata
E eu, hahah
Conhece poetas marginais da era digital também? Deixe o link nos comentários. Num próximo post posso publicá-los também.