terça-feira, 19 de janeiro de 2010

Marginais continuamos: da poesia da geração do mimeógrafo à poesia da geração digital.


Era uma vez um monte de poetas que não conseguiam publicar seus livros por não serem aceitos pelo mercado editorial. Era uma vez porra nenhuma. Desde sei lá quando – se pá desde sempre mesmo - o mercado editorial no Brasil (será que é só aqui?) não valoriza os poetas nacionais.

Dê uma voltinha por qualquer livraria. Você vê um monte de novas edições e coletâneas de Drummond (adoro, óbvio), mas e os poetas novos? Não temos poetas novos? Claro que temos. Mas é que dizem as más línguas e as más vontades que poesia não vende. Então, pra que investir, não é mesmo? Só de vez em quando, pra não pegar mal. Pra dar um ar de ‘sei ser cool’ à editora. 




Que seja. Pouco importa. Somos filhos dos poetas marginais, que lançavam seus livros a partir de cópias feitas, literalmente, em mimeógrafos e máquinas de Xerox. O Chacal, essa figura aí da foto, fez mil exemplares de uma obra de 34 páginas usando apenas um mimeógrafo! Fodão, falaí! Essas cópias eram vendidas pelos próprios poetas, em envelopes, ou até mesmo outros suportes artesanais.

Assim, eles tinham seus trabalhos circulando por aí, entre o público que variava entre os igualmente poetas ou frequentadores de shows, cinemas ou bares da moda. Ou seja, entre a tchurminha descolada dos anos 70.


Poetas marginais da era do mimeógrafo:
  
Paulo Leminski (ouuun *-* meu preferido!)

E como filho de peixe peixinho é, também encontramos um jeito de fazer valer nossa marginalidade no século XXI. Como? Blogando, oras. Claro que é diferente, porque hoje em dia todo mundo quer escrever, todo mundo acha que escreve, todo mundo quer ser poeta.



Os poetas marginais da era do mimeógrafo precisavam de ATITUDE para tornar seus poemas conhecidos. Os poetas da era digital só precisam de uma conexão e de algum conhecimento de internet. Separar o joio do trigo tá foda, mas com suor a gente consegue. As redes sociais estão aí para ajudar a gente com isso.

Eu conheço alguns bons poetas marginais da era digital graças ao Orkut e também ao Twitter, fora os que conheci na raça, procurando no Google, ou os que eu já conhecia pessoalmente. E vou compartilhar algumas dessas preciosidades marginais com vocês.

Poetas marginais da era digital:

Valéria Tarelho (ounnn, *-* minha preferida! rs)
Lau Siqueira
Aleph Davis 
Mario Pirata
E eu, hahah 

Conhece poetas marginais da era digital também? Deixe o link nos comentários. Num próximo post posso publicá-los também. 





5 comentários:

  1. um blog de poemas que eu sempre recomendo, pra qualquer um que perguntar, é o www.buhobranca.blogspot.com. vale a pena dar uma olhada.

    ResponderExcluir
  2. http://colibripolicromo.blogspot.com/2009/12/entre-misticos-e-perifericos.html

    às vezes bate uma vontade marginalizar à moda antiga

    ResponderExcluir
  3. Faz muito tempo que não leio nada dele ma gosto do Fernando Palma, fernandopalma.blogspot.com
    de uma olhada nos escritos dele.
    E tem eu também, mas acho que sou poeta que se encaixa no joio, apesar de não postar quase nada do que escrevo por preguiça pura.

    Adoro Leminsk tbm, mas meu poeta preferido ainda é o Bandeira.
    Fique bem!
    Beijo.

    ResponderExcluir
  4. Um dos melhores da era digital que conheço é o poeta Carlos Alberto Baltazar, muito conhecido e reverenciado no orkut, segue o link:

    http://www.orkut.com.br/Main#Community?cmm=110975619

    ResponderExcluir
  5. Sei lá, concordo com a parte que tu fala que qualquer um é poeta hoje em dia ! Fico um pouco desiludido com isso (ruim?)

    Pensando bem, concordo com o texto inteiro

    ResponderExcluir